A cidade de Cuiabá enfrenta uma das piores secas de sua história, completando cinco meses sem chuvas neste mês. O fenômeno climático tem provocado o esgotamento de nascentes em áreas de conservação, um sinal preocupante para a biodiversidade local e para a população que depende desses recursos hídricos.
Segundo a geóloga Chauanne da Cunha, das 316 nascentes monitoradas em Cuiabá, 80% são intermitentes, ou seja, podem secar em períodos de estiagem. Entretanto, neste ano, a situação se agrava, com muitas dessas fontes que já deveriam ter água continuando secas, devido à prolongada escassez.
A seca também impacta o Parque das Águas, onde a lagoa local atingiu o nível mínimo de água, obrigando a administração a recorrer a caminhões-pipa para abastecer a região. “A falta de água nos locais que deveriam ser refúgios naturais para a vida silvestre é alarmante. As nascentes são essenciais para a biodiversidade, e seu desaparecimento tem efeitos cascata sobre o ecossistema”, alertou Chauanne.
Além da preocupação com a fauna e flora, a onda de calor que atinge Cuiabá forçou os moradores a buscar alívio em áreas mais frescas. No entanto, até esses espaços estão sendo afetados pela seca. A situação das nascentes reflete também a crise hídrica no Pantanal, um dos biomas mais ricos do mundo.
Pesquisadores e ambientalistas estão em alerta, pedindo ações urgentes para mitigar os efeitos da seca e proteger as nascentes que ainda permanecem. “É fundamental conscientizar a população sobre a importância da preservação desses locais, não apenas para o abastecimento humano, mas para a manutenção do equilíbrio ecológico da região”, concluiu a geóloga.
Com a previsão de que a seca continue nos próximos meses, a expectativa é de que medidas efetivas sejam tomadas para enfrentar essa crise e garantir a sobrevivência das nascentes e do rico ecossistema mato-grossense.
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