Mato Grosso contabilizou 727 focos de calor apenas nesta segunda-feira, de acordo com o levantamento feito pelo Programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A última checagem, realizada às 17h30, apontou que a maior parte dos focos se concentra na região do Pantanal, com 541 ocorrências, seguida pelo Cerrado, que registrou 132, e pela Amazônia, com 54.
Os dados foram obtidos por meio do Satélite de Referência Aqua Tarde, utilizado pelo Inpe para monitorar focos de incêndio e calor no território nacional. O Pantanal, bioma que já vem sendo severamente impactado por incêndios nos últimos anos, continua sendo o mais afetado, abrigando quase 75% dos focos registrados no estado.
Especialistas afirmam que a temporada seca e a alta incidência de queimadas nesta época do ano intensificam os danos aos ecossistemas, além de impactar diretamente a fauna, a flora e a qualidade do ar. “O número elevado de focos no Pantanal é preocupante, pois estamos observando uma repetição de cenários catastróficos de anos anteriores”, afirma um pesquisador da área ambiental.
O monitoramento realizado pelo Inpe é uma ferramenta crucial para a detecção rápida desses focos, possibilitando ações de controle e combate. No entanto, segundo ambientalistas, é necessário reforçar as estratégias preventivas e de fiscalização para reduzir o impacto das queimadas, que são, em sua maioria, causadas por ação humana.
O governo estadual anunciou recentemente medidas de prevenção para a temporada de incêndios, incluindo o aumento de brigadistas e o uso de tecnologia para detecção e combate aos incêndios florestais. No entanto, os números desta segunda-feira reforçam o desafio que Mato Grosso enfrenta para conter as queimadas, especialmente em áreas como o Pantanal, que possui uma biodiversidade única e delicada.
A alta concentração de focos de calor em biomas como o Pantanal, Cerrado e Amazônia tem reflexos não apenas no âmbito estadual, mas em todo o país, já que essas áreas desempenham papéis cruciais no equilíbrio ambiental do Brasil e do mundo. As queimadas no Pantanal e na Amazônia, em particular, são vistas com grande preocupação por órgãos internacionais, dada a relevância desses ecossistemas no combate às mudanças climáticas.
As próximas semanas serão decisivas para o controle da situação. Caso as queimadas continuem em ritmo acelerado, especialistas preveem danos irreversíveis para o Pantanal e impactos duradouros na biodiversidade e no clima da região.
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