O estado de Mato Grosso foi um dos 15 que decidiram não aderir ao programa AdaptaCidades, lançado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas no dia 12 de fevereiro, em Brasília. A iniciativa do governo federal busca oferecer suporte técnico e financeiro para que estados e municípios desenvolvam estratégias e planos locais de adaptação às mudanças climáticas.
De acordo com o governo mato-grossense, a decisão de não participar do programa foi tomada porque não houve um processo de construção coletiva na formulação da proposta. No entanto, o ministério argumenta que a adesão de Mato Grosso já vem sendo discutida desde março de 2024 e que o estado teve tempo para avaliar e debater sua participação.
Mato Grosso se juntaria a outros estados
Entre os estados que optaram por integrar o AdaptaCidades estão Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins e Paraná, além do Distrito Federal. Essas regiões, que incluem grandes centros urbanos como Salvador, Fortaleza, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba e Rio de Janeiro, agora contarão com suporte para enfrentar os desafios climáticos nos próximos anos.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais de Mato Grosso justificou que o programa não deixa claro qual será a contrapartida do governo federal, o que gerou incertezas sobre a viabilidade da adesão. A posição do estado, no entanto, levanta questionamentos sobre os impactos da decisão, já que Mato Grosso enfrenta desafios climáticos significativos, como períodos de seca prolongada, incêndios florestais e desmatamento acelerado.
A assessoria do Ministério do Meio Ambiente reforçou que a secretária estadual de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, que também preside a Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), participa das discussões sobre o programa desde o ano passado. Segundo o ministério, a inclusão de Mato Grosso no AdaptaCidades ainda pode ser revista caso o estado reavalie sua posição e demonstre interesse em aderir ao projeto no futuro.
A decisão de não participar do programa levanta um debate sobre a importância de políticas públicas voltadas para o meio ambiente e a necessidade de investimentos para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. Enquanto alguns estados seguem em busca de apoio federal, Mato Grosso optou por um caminho diferente, que pode impactar diretamente cidades como Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop, que frequentemente enfrentam ondas de calor intenso e impactos ambientais severos.
