O estado de Mato Grosso acaba de aprovar uma nova legislação que permite a realização de atividades pecuárias na Área de Preservação Permanente (APP) da Bacia do Alto Paraguai, localizada no Pantanal. Essa medida, que autoriza a pecuária extensiva e a prática de roçada, foi justificada pelo governo como uma estratégia para reduzir a biomassa vegetal que, em períodos de seca, pode servir como combustível para incêndios florestais.
Apesar da intenção de mitigar riscos de incêndios, a nova lei estabelece condições rigorosas, incluindo a preservação da cobertura vegetal existente e a proibição do cultivo de gramíneas exóticas, que poderiam comprometer o delicado equilíbrio ecológico da região.
Além disso, a legislação também possibilita a habitação de comunidades ribeirinhas e a construção de sedes de fazenda, desde que estas estruturas não interfiram no fluxo natural das águas, uma preocupação fundamental para manter a dinâmica hídrica do Pantanal, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do Brasil.
Entretanto, a aprovação da nova lei gerou forte reação de entidades de proteção ambiental, como a WWF-Brasil e a SOS Pantanal. As organizações expressaram preocupação com os potenciais impactos que a prática pecuária pode ter sobre um ecossistema já vulnerável. Elas defendem a urgência de uma legislação federal que assegure a proteção da área, enfatizando que medidas mais rigorosas são necessárias para preservar a integridade do Pantanal.
A expectativa agora é que a implementação da nova legislação seja acompanhada de perto, para garantir que as atividades permitidas não prejudiquem a biodiversidade e a saúde do meio ambiente local. O desafio será equilibrar o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental em uma região onde as consequências de ações inadequadas podem ser desastrosas.
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