A Organização Meteorológica Mundial (OMM) anunciou que o fenômeno climático La Niña está chegando ao fim e pode entrar em uma fase neutra nos próximos meses. Essa mudança pode impactar diversos países, incluindo regiões do Brasil, como o Sul, o Sudeste e o Centro-Oeste, além de territórios na Austrália, Indonésia e partes da América do Norte e Central.
La Niña é caracterizada pelo resfriamento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico Equatorial. Esse fenômeno pode alterar padrões climáticos em diversas partes do mundo, causando chuvas intensas em algumas regiões e estiagens prolongadas em outras. De acordo com a OMM, os últimos dados indicam que as águas do Pacífico estão se aquecendo lentamente, sinalizando o enfraquecimento da La Niña e sua possível dissipação nos próximos meses.
O fenômeno começou oficialmente em dezembro de 2024, mas os desvios da temperatura da superfície do mar na região conhecida como El Niño 3.4 já estavam abaixo de zero desde agosto do mesmo ano. Somente em dezembro, as temperaturas caíram para menos de -0,5°C, caracterizando oficialmente a La Niña, ainda que de forma moderada. Durante os meses de janeiro e fevereiro de 2025, esse padrão se manteve, mas especialistas já observavam sinais de enfraquecimento.
Esse enfraquecimento fica mais evidente ao comparar os períodos de 1 a 15 de fevereiro e 16 a 28 de fevereiro. No segundo período, notou-se uma redução das águas frias no Pacífico Equatorial e o surgimento de águas ligeiramente mais quentes, especialmente próximas à costa oeste da América do Sul. Esse aquecimento gradual favorece a dissipação do fenômeno e a transição para um padrão neutro.
Os principais modelos meteorológicos internacionais, segundo a OMM, indicam que as temperaturas da superfície do mar no Pacífico Equatorial devem permanecer abaixo da média na primeira quinzena de março, mas tendem a voltar à neutralidade em breve. Existe uma probabilidade de 60% de que La Niña chegue ao fim durante o trimestre entre março, abril e maio de 2025. Esse percentual aumenta para 70% no período entre abril, maio e junho.
Essa mudança climática pode trazer impactos significativos para diversas regiões do Brasil. Durante a atuação da La Niña, o Sul do país enfrentou estiagens mais severas, enquanto o Norte e o Nordeste registraram chuvas acima da média. Com o retorno à neutralidade, espera-se um equilíbrio maior nos padrões climáticos, embora ainda seja cedo para previsões concretas sobre os impactos específicos dessa transição.
O fim da La Niña também é um fator importante para a economia, especialmente para o setor agropecuário. A seca prolongada no Sul prejudicou diversas culturas, como soja e milho, enquanto o excesso de chuvas no Norte e Nordeste afetou plantações de cacau e mandioca. Com a transição para a fase neutra, os produtores rurais devem ficar atentos às próximas previsões meteorológicas para planejar melhor suas colheitas e evitar perdas.
Para os próximos meses, os meteorologistas seguirão monitorando a evolução das temperaturas do Oceano Pacífico e seus impactos no clima global. Embora a transição para a neutralidade seja o cenário mais provável, ainda existe a necessidade de acompanhar as tendências climáticas, especialmente no Brasil, onde as variações meteorológicas podem afetar diretamente a população e a economia.
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