Nesta segunda-feira, 71 focos de calor foram registrados no estado de Mato Grosso, segundo dados divulgados pelo Programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A última checagem foi feita às 17h30, com base nas informações captadas pelo Satélite de Referência Aqua Tarde.
Os dados revelam que a maior parte dos focos se concentra no Cerrado, com 40 ocorrências. Já a Amazônia mato-grossense registrou 22 focos, enquanto o Pantanal, conhecido por seu ecossistema sensível e de grande biodiversidade, contabilizou nove focos de calor.
Esses números refletem uma preocupação constante com a temporada de queimadas, especialmente no período de seca, que costuma se intensificar entre os meses de julho e outubro. Mato Grosso é historicamente uma das regiões mais afetadas por incêndios, devido à combinação de fatores como clima seco, atividades agropecuárias e desmatamento.
Impactos ambientais no estado do Mato Grosso
Os incêndios que atingem essas regiões afetam diretamente três dos principais biomas do Brasil: Amazônia, Cerrado e Pantanal. O Cerrado, conhecido como “berço das águas” por abrigar nascentes de importantes rios brasileiros, sofre com a degradação de sua vegetação nativa.
A Amazônia, por sua vez, é vital para o equilíbrio climático global, desempenhando um papel crucial na absorção de dióxido de carbono. Já o Pantanal, o maior bioma úmido do mundo, enfrenta severas consequências em sua fauna e flora.
Além das perdas ambientais, as queimadas também impactam a saúde da população. O aumento de material particulado no ar contribui para o agravamento de doenças respiratórias, como asma e bronquite, especialmente em crianças e idosos.
Medidas de combate
Para tentar conter o avanço das queimadas, órgãos ambientais e governamentais realizam ações de monitoramento e combate a incêndios florestais. No entanto, o desafio é grande, especialmente em áreas remotas, de difícil acesso, e onde as práticas de manejo inadequadas ainda são uma realidade.
Especialistas destacam a importância de políticas públicas mais efetivas para a prevenção de queimadas, além da conscientização de agricultores e comunidades locais sobre os riscos do uso do fogo na agricultura.
O monitoramento contínuo, realizado por satélites como o Aqua Tarde, é fundamental para identificar os focos de calor em tempo real e permitir que as autoridades ajam de forma rápida. No entanto, sem uma ação integrada que envolva fiscalização, prevenção e combate efetivo, os incêndios tendem a se intensificar com o passar dos meses de seca.
Previsão para os próximos meses no Mato Grosso
Com a chegada do período mais crítico para as queimadas, as expectativas são de que o número de focos de calor aumente. As autoridades alertam para a importância de medidas preventivas, como evitar o uso do fogo para a limpeza de pastagens e terrenos. Além disso, a população é orientada a denunciar incêndios ilegais e situações de risco.
Mato Grosso, por sua posição geográfica e extensão territorial, é um dos estados mais impactados pelas queimadas no Brasil. A atuação conjunta entre governo, população e setores privados é essencial para tentar minimizar os danos causados pelos incêndios nos próximos meses.
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