O estado de Mato Grosso enfrenta uma crise ambiental sem precedentes, com o número de focos de incêndio em terras indígenas registrando um aumento alarmante no último mês. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram contabilizados quase 6 mil focos de incêndio em áreas indígenas entre 9 de agosto e 9 de setembro de 2024. Este total representa um aumento de 470% em relação ao mês anterior e impressionantes 850% em comparação com o mesmo período de 2023.
O crescimento exponencial dos incêndios nas terras indígenas de Mato Grosso é um reflexo devastador de uma crise que já tem causado estragos significativos. Atualmente, 39 aldeias no estado estão lutando contra incêndios que destruíram casas e plantações, afetando gravemente a vida e o sustento das comunidades indígenas.
Os dados revelam uma escalada preocupante nos últimos meses. Entre junho e julho de 2024, foram registrados 477 focos de incêndio em terras indígenas, número que saltou para 1.043 em julho e agosto, antes de atingir os 5,9 mil focos entre agosto e setembro. Este ritmo de crescimento alarmante supera até mesmo o ano de 2020, que foi marcado por uma das maiores tragédias ambientais no Pantanal.
A Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt) informou que 41 terras indígenas já foram atingidas pelo fogo, resultando em grandes prejuízos. Além da destruição das plantações essenciais para a subsistência das aldeias, muitas famílias indígenas foram forçadas a abandonar temporariamente suas moradias devido à intensidade dos incêndios.
Mato Grosso, que abriga 46 povos indígenas distribuídos em 86 terras, está inserido nos biomas da Amazônia, Cerrado e Pantanal. A devastação atual não só compromete o meio ambiente, mas também ameaça a preservação das culturas e modos de vida tradicionais dessas comunidades.
O cenário crítico exige uma resposta urgente e coordenada das autoridades e organizações ambientais. Medidas imediatas para conter os incêndios e apoiar as comunidades afetadas são essenciais para mitigar os danos e prevenir uma crise ainda maior. A situação ressalta a necessidade de uma ação conjunta para proteger os ecossistemas e garantir a segurança das populações indígenas em Mato Grosso.
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