Chuva forte no Norte e seca no Nordeste e Sudeste marcam o clima de março

Chuvas e trovoadas em Mato Grosso hoje
Chuvas e trovoadas em Cuiabá hoje - Foto: Canva

O mês de março de 2025 foi marcado por contrastes climáticos intensos em diferentes regiões do Brasil. Enquanto o Norte e parte do Nordeste enfrentaram chuvas volumosas, outras áreas do país, como a Bahia e o norte de Minas Gerais, passaram por uma significativa escassez de precipitações. Esse cenário reflete bem as mudanças típicas de transição entre o verão e o outono, quando as condições atmosféricas costumam ficar mais instáveis.

Os maiores volumes de chuva foram registrados na Região Norte, especialmente nos estados do Amazonas, Pará e Maranhão, além do Mato Grosso. Em muitas dessas áreas, os acumulados ultrapassaram 150 mm no mês. Essa quantidade expressiva de chuva tem uma explicação: a atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), um fenômeno que costuma influenciar fortemente o clima do Norte e Nordeste nessa época do ano. Ela foi a principal responsável por manter as nuvens carregadas e as chuvas constantes nesses estados.

Entre os destaques de precipitação está a cidade de Manaus, no Amazonas. Lá, o volume de chuva ficou 63% acima do esperado para o mês, com um total de 202,4 mm a mais do que a média histórica, que gira em torno de 320,9 mm. Outro exemplo foi Chapadinha, no Maranhão, onde choveu 501 mm — um desvio positivo de quase 142 mm, ou seja, 40% acima da média normal para março. Já em Tucuruí, no Pará, o acumulado chegou a impressionantes 579,5 mm, superando a média climatológica em 32%.

Em contrapartida, outras regiões do país enfrentaram uma situação completamente oposta. A Bahia, por exemplo, registrou um dos maiores déficits de chuva. Na cidade de Correntina, as precipitações ficaram 122,2 mm abaixo da média, o que representa uma redução de 92% em relação ao esperado. O norte de Minas Gerais também sofreu com a estiagem, e Montes Claros foi um dos locais mais afetados: a cidade registrou 137 mm a menos de chuva, o que corresponde a um desvio negativo de 73% em relação à média histórica.

Esses dados reforçam a importância do acompanhamento constante das mudanças climáticas e da influência dos fenômenos atmosféricos sazonais no comportamento do tempo em diferentes regiões do Brasil. Enquanto algumas áreas enfrentam transtornos causados por chuvas acima do normal, outras sofrem com a seca e os impactos na agricultura e no abastecimento de água.

Jornalista, escreve diariamente para o portal CenárioMT, atua nas categorias de Clima e Tempo. Possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo de alta qualidade aos nossos leitores.