O mês de fevereiro de 2025 foi marcado por temperaturas extremamente altas e entrou para a história como o terceiro mais quente já registrado globalmente, de acordo com os dados da reanálise ERA5 do Copernicus Climate Change Service (C3S). O calor intenso reforça a preocupação com o aquecimento global e os impactos cada vez mais evidentes das mudanças climáticas ao redor do mundo.
Em comparação com a média registrada entre 1991 e 2020, a temperatura global de fevereiro de 2025 foi 0,63°C mais alta, atingindo uma média de 13,36°C. Esse valor coloca o mês apenas 0,18°C abaixo do recorde absoluto de fevereiro de 2024 e 0,03°C acima de fevereiro de 2020, o que evidencia uma tendência contínua de aquecimento extremo. Se comparado ao período pré-industrial, que corresponde aos anos de 1850 a 1900, o aumento foi ainda mais alarmante, chegando a 1,59°C acima do normal, um reflexo claro do avanço das mudanças climáticas e suas consequências.
Fevereiro de 2025 também se destacou como o 19º mês dentro de um intervalo de 20 meses consecutivos em que a temperatura global ficou acima de 1,5°C em relação ao nível pré-industrial. Dentro desse período, 13 desses meses registraram temperaturas variando entre 1,58°C e 1,78°C acima da média pré-industrial, um indicativo da escala e persistência desse aquecimento preocupante.
Cidades ao redor do mundo sentiram de perto os impactos desse calor atípico. Em São Paulo, no Brasil, os termômetros passaram dos 35°C em alguns dias, causando sensação térmica ainda mais elevada e dificultando a rotina da população. Na Europa, cidades como Paris e Madri enfrentaram temperaturas muito acima da média para o inverno, levando a um aumento no consumo de energia elétrica devido ao uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores.
Nos Estados Unidos, regiões como a Califórnia e o Texas registraram temperaturas recordes para a época do ano, intensificando a preocupação com incêndios florestais e o risco de seca prolongada. No Hemisfério Norte, onde o inverno deveria predominar, o calor inesperado causou impactos na neve e no gelo, afetando localidades como Moscou e partes do Canadá.
O fenômeno não é isolado e faz parte de uma tendência que já vem sendo observada há anos, com a influência de fatores como a intensificação do efeito estufa e a contínua emissão de gases poluentes na atmosfera. Especialistas alertam que, sem medidas concretas para reduzir as emissões de CO₂ e outros gases de efeito estufa, novos recordes de temperatura podem ser batidos nos próximos anos, tornando ondas de calor mais frequentes e severas.
Com os impactos do aquecimento global se tornando cada vez mais evidentes, governos e organizações internacionais seguem debatendo ações para frear essa escalada de calor extremo. Enquanto isso, a população das áreas mais afetadas segue lidando com os desafios impostos por um clima cada vez mais imprevisível e extremo.
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