O mês de janeiro foi marcado por chuvas intensas em todo o Centro-Oeste, e os primeiros dias de fevereiro seguem o mesmo padrão. A influência da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) mantém a instabilidade sobre a região, trazendo chuvas volumosas e tempestades frequentes, especialmente em Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal. A persistência desse cenário meteorológico aumenta o risco de alagamentos, enxurradas e deslizamentos, preocupando moradores e autoridades.
Neste sábado, o risco de temporais cresce nessas áreas, com previsão de chuvas intensas acompanhadas por raios e fortes rajadas de vento. Esse padrão já era esperado, já que janeiro foi extremamente chuvoso devido à atuação de dois canais de umidade que favoreceram a formação de nuvens carregadas.
Além disso, a grande quantidade de umidade vinda da faixa norte do país ajudou a intensificar as precipitações, resultando em acumulados acima da média para o período.
Os números impressionam e mostram o impacto das chuvas. Em Cuiabá, por exemplo, foram registrados 303,2 mm ao longo do mês, ultrapassando a média climatológica de 280 mm.
Na cidade de São José do Rio Claro, também em Mato Grosso, os acumulados chegaram a expressivos 420,4 mm, levando algumas cidades do estado a decretar situação de emergência. Goiânia também foi fortemente afetada, com um total de 439,1 mm de chuva registrados pelo INMET, quase o dobro da média para janeiro, que é de 249,1 mm.
No Distrito Federal, a cidade Estrutural acumulou 363,8 mm, enquanto a média histórica para o período é de apenas 206 mm. Cassilândia, localizada no Mato Grosso do Sul, também sentiu os efeitos das chuvas acima do esperado, com 345,4 mm registrados no mês.
Embora o Mato Grosso do Sul tenha acumulado volumes menores em comparação com seus estados vizinhos, algumas cidades também enfrentaram dificuldades devido à intensidade das precipitações.
E a previsão para os próximos dias não traz boas notícias. A tendência é que as chuvas continuem fortes, com acumulados elevados e possibilidade de novos temporais. O alerta meteorológico aponta áreas críticas, sendo que a faixa leste de Mato Grosso e grande parte de Goiás correm o maior risco de tempestades severas, com volumes expressivos e grande potencial de danos.
Regiões classificadas com risco moderado também devem enfrentar chuvas intensas, embora de menor intensidade do que os locais mais afetados. Já em algumas áreas com risco mais baixo, a expectativa é de chuva forte, mas sem atingir níveis de tempestade severa.
No domingo e na segunda-feira, a instabilidade atmosférica segue predominante, principalmente em Mato Grosso e Goiás, onde os acumulados podem chegar a 80 mm em apenas dois dias.
A recomendação é que moradores dessas regiões fiquem atentos aos avisos meteorológicos e evitem áreas de risco durante os períodos de maior instabilidade. Com as chuvas sem dar trégua, os próximos dias serão decisivos para definir o impacto do clima na rotina e nas atividades do Centro-Oeste.
