O início de janeiro de 2025 trouxe chuvas volumosas e persistentes para várias regiões do Mato Grosso, deixando um impacto marcante. Nos primeiros quinze dias do mês, algumas localidades já acumularam mais de 300 milímetros de chuva, ultrapassando com folga a média esperada para todo o mês.
Cuiabá, a capital do estado, é um exemplo claro desse cenário. Desde o início de janeiro, a cidade já registrou impressionantes 225,8 milímetros de precipitação, ficando muito próxima da média mensal, que é de 238,2 milímetros. O destaque vai para os dias 13 e 14, quando, em apenas 48 horas, a cidade acumulou mais de 150 milímetros.
Na segunda-feira, 13, os pluviômetros marcaram 102 milímetros, o que gerou alagamentos em diversos pontos da capital, incluindo o antigo Pronto-Socorro. Vias foram inundadas, casas foram atingidas, e vários veículos ficaram presos na água. Já na terça-feira, 14, o volume adicional foi de 50,8 milímetros, consolidando mais da metade da média mensal de janeiro em apenas dois dias.
Além de Cuiabá, outras regiões do Mato Grosso também chamaram atenção pelos volumes impressionantes de chuva. São José do Rio Claro, localizada na região do Arco, registrou 303 milímetros, superando a média mensal de 295 milímetros.
Já Nova Canaã do Norte acumulou 263,2 milímetros, ficando próxima de sua média de 309 milímetros. Em Sorriso, a precipitação chegou a 252,4 milímetros, praticamente igualando a média de 257 milímetros esperada para o mês.
Outro evento que preocupou os moradores foi registrado em Salto do Céu, onde uma cabeça d’água surpreendeu quem estava próximo à cachoeira central da cidade no dia 14. Esse fenômeno, causado por chuvas intensas em pontos específicos do rio, provocou uma elevação repentina do nível da água, aumentando a correnteza e alagando áreas ao redor.
As intensas chuvas no Mato Grosso têm origem em fatores climáticos específicos. A principal explicação está nos corredores de umidade que se formam entre o Norte e o Sudeste do Brasil.
No estado, o calor extremo combinado com a alta umidade da região Norte resulta em precipitações volumosas. Desde o início do verão, já foram observadas três ocorrências da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) no estado, sendo que a última foi a mais longa e intensa. Apesar de a ZCAS estar perdendo força nos próximos dias, as chuvas ainda devem continuar devido ao fluxo constante de umidade.
A previsão para os próximos dias indica que os volumes de chuva no Mato Grosso permanecerão elevados. Entre 15 e 25 de janeiro, espera-se que muitas áreas acumulem entre 100 e 200 milímetros, com possibilidades de registros ainda mais altos em alguns pontos isolados. A situação exige atenção contínua das autoridades e da população, já que o verão segue trazendo chuvas expressivas para o estado.
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