O agronegócio no Centro-Oeste, especialmente em Mato Grosso, enfrenta um dos cenários mais complicados dos últimos anos, com perspectivas nada animadoras para 2024.
De acordo com um relatório recente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária mato-grossense deverá sofrer uma redução de 26,62% neste ano. Essa queda representa uma perda impressionante de R$ 53,91 bilhões, com o VBP caindo de R$ 202,51 bilhões em 2023 para R$ 148,6 bilhões em 2024.
A soja, que é um dos carros-chefes da produção do estado, será fortemente impactada, com uma redução prevista de 34,11% no seu VBP, que cairá para R$ 67,16 bilhões. Esse será o primeiro recuo do grão desde 2013, marcando uma mudança significativa em um setor que vinha registrando crescimento contínuo. O milho também enfrentará um baque, com uma diminuição de 39,31% no valor da produção, saindo de R$ 40,64 bilhões em 2023 para R$ 24,67 bilhões em 2024.
Um dos fatores mais preocupantes é o impacto das condições climáticas adversas, que têm tornado a produtividade agrícola cada vez mais imprevisível. Como se não bastasse, os problemas climáticos são agravados pela alta taxa de inadimplência no setor, o que levou as instituições financeiras a endurecerem as regras para concessão de crédito rural. Com menos acesso a financiamento, muitos produtores estão enfrentando dificuldades para arcar com os custos elevados da produção.
Além das questões econômicas e climáticas, um desafio estrutural também se destaca: a falta de profissionalização entre muitos produtores. A ausência de uma gestão eficiente, tanto operacional quanto financeira, cria um ambiente de ineficiência que eleva ainda mais os riscos para o setor. Essa combinação de problemas torna a situação ainda mais delicada, já que muitos produtores não possuem ferramentas adequadas para lidar com as oscilações do mercado.
A saída mais viável para enfrentar esse momento complicado é investir na reestruturação e na profissionalização da gestão das empresas do agronegócio. Segundo ele, a adoção de práticas mais eficientes pode reduzir os prejuízos e garantir maior sustentabilidade ao longo do tempo. Embora o cenário atual seja desafiador, um planejamento bem estruturado e uma abordagem mais estratégica podem ajudar os produtores a superar essa fase turbulenta.
Com as previsões sombrias para 2024, o setor agropecuário de Mato Grosso segue em alerta, buscando alternativas para driblar os desafios e se manter competitivo em um mercado cada vez mais volátil.
