O Pantanal de Mato Grosso enfrenta um cenário alarmante com o aumento do risco de incêndios, após apenas 20 dias sem chuvas. Uma nota técnica elaborada por pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) analisa dados sobre queimadas até julho de 2024, destacando que as condições atuais elevam significativamente a probabilidade de incêndios na região.
O documento, que utiliza dados de FRP (Energia Radiativa do Fogo) coletados por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), revela a localização, a intensidade e os padrões históricos das queimadas em Cáceres entre 2018 e 2024.
Os pesquisadores notam uma tendência preocupante: enquanto os meses de fevereiro e março de 2024 registraram um aumento no número de queimadas, seguidos por uma redução, há um alerta para que esse número pode voltar a crescer se as condições climáticas se mantiverem, especialmente com os baixos níveis de chuva e umidade do ar.
Correlação entre seca e incêndios
O estudo estabelece uma clara correlação entre a quantidade de dias sem chuva e o risco de incêndios. A pesquisa aponta que a probabilidade de incêndios aumenta exponencialmente após 20 dias sem precipitação. Com o Pantanal já enfrentando um longo período de estiagem, as mudanças climáticas contribuem para prolongar essas secas, intensificando os riscos associados.
O impacto das queimadas no Pantanal é devastador. Em 2020, um estudo estimou que cerca de 17 milhões de vertebrados perderam a vida diretamente em decorrência do fogo, com 27% do bioma sendo consumido pelas chamas. Essa perda de biodiversidade não apenas afeta a fauna, mas também compromete serviços ecossistêmicos essenciais, como a qualidade do ar e a regulação climática.
Alertas e medidas preventivas no Pantanal
Os pesquisadores da Unemat ressaltam a importância de usar essas informações para alertar a população e as autoridades sobre o crescente risco de incêndios. É fundamental que medidas preventivas sejam adotadas para mitigar os efeitos das queimadas e preservar a biodiversidade do Pantanal.
A comunidade e os órgãos responsáveis devem intensificar ações de conscientização e monitoramento para proteger esse bioma vital, essencial não apenas para a fauna e flora locais, mas também para a saúde ambiental e o bem-estar das populações que dependem dele.
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